sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Carta ao Vice-Reitor da Universidade do Minho Dr. José Mendes

09-09-2013 17:43

Carta ao Vice-Reitor da Universidade do Minho Dr. José Mendes

Exmo. Sr. Dr.

Não tenho o grato prazer de o conhecer, mas contudo vou tomar a ousadia de lhe escrever esta carta, não pelo correio, mas usando o meio mais simples actualmente que é o meu blogue e o meu perfil de facebook. Quiçá a sorte não me protege e V. Exa. terá acesso à mesma.

Após justificar o meio, deixe por favor que me apresente.

Chamo-me Fernando, fui, sou e serei eternamente um académico, para V. Exa. um "praxista". Tenho 49 anos, sou pai de duas filhas, uma delas já estudante Universitária na Universidade do Porto. De modo a descansar V. Exa. dir-lhe-ei ainda que não estou na "praxe", sendo até "non-gratu" na Praxe do Porto.
Agora que minimamente já me conhece, é meu dever justificar o porquê desta missiva.
Li com muita atenção o artigo de opinião que V. Exa. escreveu no Jornal de Noticias de 08 Setembro de 2013, ou seja, ontem. Estou ciente que é um artigo de opinião e como tal é livre já que felizmente estas ainda não pagam impostos. Após a leitura cuidada, senti necessidade de escrever a V. Exa. para poder fazer-lhe chegar também umas simples ideias de um mero veterano, ainda por cima um "non-gratu" das Tradições Académicas.
Durante os anos que participei em Tradições Académicas, nunca humilhei, nunca me senti humilhado, nunca pratiquei nem deixei praticar na minha presença qualquer acto que fosse passivel de ser considerado atentado contra quem quer que fosse. A prova caro Sr. Dr. é que ainda hoje juntamos os antigos estudantes da minha Faculdade, uns que "praxei", outros que me "praxaram" e para grande espanto dos "anti"  deste país a emoção, a amizade, a camaradagem, a felicidade de nos revermos é tanta que tenho a certeza todos nós teremos o maior prazer em o convidar a participar no próximo Encontro de Antigos Alunos de Letras de modo a que V. Ex. possa confirmar com os próprios olhos a veracidade desta afirmação.
Tal como V. Exa. também eu não gosto particularmente dos palavrões que se ouvem nas praxes, mas gostaria de lhe dizer que a culpa é talvez do grau de educação que aos poucos se vai degradando, não só nas "praxes" mas na Sociedade em geral. A começar pelos governantes. Tal como V. Exa. nem eu, nem os Orgão de Tradições Académicas desresponsabilizam os académicos que cometem erros, quiçá até sejam bem mais justos que os que nos governam uma vez que estes desresponsabilizam sempre os "amigos" que escolheram. É verdade sr. Dr., na Tradição Académica fazemos amigos, não é obrigatório estar na Tradição para fazer amigos, mas que ajuda, ajuda.
Diz no artigo V. Ex. que: "... Gostei de ser praxado quando joguei futebol, onde não existiu hierarquia nem punição. Gostei de ser praxado quando servi como militar, onde existiu hierarquia mas ninguém me ofendeu... ".
Sabe, por acidente V. Exa. quantas queixas existem sobre as "praxes" militares, ou sobre as praxes no Desporto? É que são muitas. Contudo, não consigo ver artigos contra elas em dia de cada nova incorporação de militares, ou de inicio de época de cada Clube.
A Tradição Académica é um modo de vida perfeitamente igual a outros modos de vida que por aí proliferam. Uns gostam de Futebol, eu pessoalmente não gosto. Uns querem mudar o Mundo com a politica, outros como eu acreditam que ensinar regras de educação, de urbanidade, de camaradagem, de solidariedade  são modos de conseguir mudar o mundo para melhor. Saiba V. Exa. que todas as regras de Tradição Académica têm um fundamento pedagógico, é necessário é que não se seja "carneiro" e se procure onde estão.
No seu artigo fale em pintura de caloiros. Não sei a realidade da U.M. mas na minha Academia as pinturas estão proíbidas pelas Tradições Académicas desde 1990. Isto para evitar problemas de pele e porque "o Baton é posterior à Tradição Académica".
Quando às sugestões que V. Exa. oferece no seu "Utilis Praxis,Sed Praxis", convém explicar-lhe algo que penso V. Exa. não está ao corrente.
É uma das maiores regras de Tradição Académica a Solidariedade. Caso V. Exa. não saiba, é tradicional os Académicos se apoiarem nas actividades e mesmo em oferecer "trajos académicos" aos colegas que embora o querendo não têm possibilidades de o comprar. Já agora com uma caracteristica muito especial, existe um certo "secretismo" na situação porque estes seres de "sorriso sedente, quase ameaçador" têm alguns conhecimentos de vida que não os deixa permitir que colegas sejam discriminados por condições economicas.
Saberá V. Exa. que é Tradição Académica existir na semana de "recepção ao caloiro" e na "queima da fitas", na U.M. também, um "Dia de Beneficiência" em que os estudantes dedicam-se a fazer um peditório para instituições que necessitam? Contudo, a Ideia de distribuir comida pelos "sem-abrigo" é uma excelente ideia, que só não proponho que se faça no Porto, porque me encontro "fora da praxe" como anteriormente informei V. Exa, contudo penso que seria de maior utilidade ter atenção e apoiar os colegas que para estudar passam fome, como se vai fazendo, porque as propinas são demasiado elevadas.
Quanto à ideia de "cortar relva no Campus" penso que também é uma ideia genial, pena é vir de um elemento de uma Reitoria que mandava identificar os estudantes trajados que se abeiravam de um colega para o ajudar a matricular, coisa que também é tradicional entre as Tradições Académicas. Como será possivel aos meus colegas da U.M. levarem a efeito a ideia de V. Exa. se não podem chegar sem serem identificados aos colegas "caloiros".

Sabe Sr. Dr., tenho esta ideia desde à muitos anos. Os maiores culpados das graves situações que infelizmente vão acontecendo por aí é das Direcções das Faculdades e das Reitorias. Eu sei que isto é um bocado forte mas deixe que me explique. No meu tempo de caloiro e até veterano, as Praxes eram levadas a efeito dentro das Instituições. Logo era muito mais fácil que fossem controladas quer pelas direcções quer pelos Veteranos de cada Instituição. Os exageros eram assim travados mal alguma ideia fora do normal surgia. Agora que V. Exas. decidiram proibir as suas práticas nos "Campus", o que acontece é que elas são levadas a cabo em vários locais, o que torna impraticável a supervisão dos "anciãos" às mesmas.
Não é possível que V. Exas. que assistem aos Cortejos das Queimas das Fitas, ou do "Enterro da Gata" no caso, tenham a ousadia de pensar que aquela quantidade enorme de Jovens é toda um bando de "gente que não sabe o que faz", ou que "é maluca para andar naquelas coisas a ser humilhada", ou mesmo para chorar copiosamente abraçados uns aos outros e aos seus doutores no final de cada cortejo.
Eles choram Sr. Dr. porque sabem que são um. Eles choram Sr. Dr. porque sabem que as atenções e o carinho que durante um ano receberam dos mais velhos acaba naquele momento. Eles choram Sr. Dr. porque não têm a certeza se serão capazes de dar aos outros o que a eles foi dado. Eles choram Sr. Dr. porque não são Veteranos, se o fossem tinham a certeza que Tradição Académica é Vida e Paixão" e que aquelas lágrimas já são uma primeira demonstração da sua Paixão.
Mas sabe, Sr. Dr. a Tradição Académica tem um enorme problema para resolver. É que cada vez existem mais académicos e cada vez se torna mais dificil ensinar a viver e sentir o que é "Ser Académico". Eu já ensinei algumas gerações, agora tenho reparado como ensinam a minha fillha, e devo-lhe dizer que sinto um enorme Orgulho em ver a minha filha de "Capa e Batina" a receber caloiros, e de a ver na Tuna Académica, outro elemento das Tradições Académicas que V. Exas. infelizmente só se lembram quando vos dá jeito. Sabe, Sr. Dr. sigo com olhar atento e de "veterano" as praxes que lhe fizeram e devo afirmar-lhe que estou imensamente grato aos "doutores e veteranos" que a ensinaram porque consigo ver nos olhos dela não a minha paixão, porque essa é muito minha, mas a paixão que ela tem pela mesma Tradição que o Pai tanto defendeu, defende e defenderá sempre que necessário.
            Finalizando gostaria de lhe dizer que no "Dura Praxis Sed Praxis" sempre esteve incluído o seu "Utilis Praxis Sed Praxis" é necessário é que se esteja mais Atento.
Um Académico Ad Eternum
Fernando Borges

Dedicatória aos meus Amigos

 29-08-2013 18:49


Dedicatória aos meus Amigos

"...Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!", esta excelente frase é de um Fernando que não eu. Mas é sem dúvida uma frase que poderia ser minha, tivesse eu o engenho e a arte, ou de qualquer outra pessoa. É uma frase que serve brilhantemente para o que decidi escrever. Infelizmente existem alguns amigos meus que já partiram, a demora em escrever este simples texto também se deve a isso.
Decidi não escrever em cima de duas homenagem que decidi fazer a dois amigos, um que partiu fez esta semana 6 anos, e outro que partiu esta semana.
Agora já posso escrever, também com o pensamento no próximo sábado dia 31 de Agosto em que irei reencontrar imensos amigos que a vida fez terem de se separar fisicamente de mim.
Não sou um amigo fácil, não gosto de andar sempre a contactar os meus amigos, sou mais de ficar no meu espaço. Por vezes, arrependo-me de não ser mais activo nas minhas amizades mas tenho sempre um receio inato de incomodar, por isso me deixo ficar no meu cantinho e não dou noticias. Mas tenho algumas excelentes caracteristicas como amigo, sou interessado, observador, bom conselheiro, preocupado, bom "ouvinte", e tenho uma excelente caracteristica, além de ter uma excelente memória, sou bastante agradecido aos meus amigos.
Serve tudo isto para agradecer a todos aqueles que ao longo da minha vida tive o prazer de considerar amigo, os mesmos que ainda hoje considero. Não sois muitos, tenho a certeza, mas sois fenomenais. As vicissitudes da vida podem ter feito com que nos tivessemos separado, mas queria que soubessem que da minha parte ela só o conseguiu fisicamente, porque na minha memoria e nas minha vida estais sempre presentes como se ainda ontem tivessemos estado juntos.
Este Verão a vida decidiu mostrar-me o quanto está correcto o meu pensamento.
Não interessam os anos que a vida nos possa ter afastado, não interessa a distancia fisica que a vida pode colocar entre nós, não são suficientes as dificuldades de contacto que possam existir, porque quando queremos, quando somos amigos, vencemos mesmo qualquer barreira e parece que ainda foi no dia anterior que estivemos juntos.
Poderia citar os nomes todos, um por um, dos meus amigos, desde a infancia até aos dias de hoje, a quem dedico este texto. Pensei mesmo em fazê-lo. Mas cheguei à conclusão que não vale a pena. Vocês sabem mesmo quem são. Afinal eu até tenho imensa dificuldade em chamar amigo a alguém, e a vocês além de chamar tenho a certeza que demonstrei.
Sou mesmo estranho nas minhas amizades. Não dou valor a pequenas coisas nem mesmo a qualquer ingratidão que possa sentir por parte de algum "amigo". Aceito facilmente um "Não" de um amigo, mesmo perante as coisas mais banais. Não gosto que me agradeçam porque para mim ser amigo é fazer tudo o que é possivel pelo outro, e eu tento sempre dar o máximo de mim. Por vezes, e pelas mesmas razões não agradeço. Mas cheguei à conclusão que nem todos têm de pensar como eu, e como tal tenho de ser suficientemente humilde para agradecer mesmo quando a minha filosofia de vida me diz que não é necessário. Afinal os outros também têm direito a pensar como querem. Por isso aproveito este simples texto, para dizer a todos os meus amigos que ao contrario de mim necessitam de um agradecimento, o seguinte: " Amigos estou verdadeira e sinceramente agradecido pela Vossa Amizade, saibam que nunca vos esqueço nem esquecerei. Quando vos voltar a encontrar não estranhem, por favor, que após aquele longo e sentido abraço, eu esteja a falar convosco como se os anos não tivessem passado, e ainda ontem tivessemos estado juntos. É assim que eu sinto. Estive sempre convosco todo este tempo."
Perdoem contudo, se eu voltar para a minha concha e esteja sem dar noticias imenso tempo. Diz o povo que "burro velho não aprende linguas" e eu já não estou a caminhar para novo. Não é maldade, nem esquecimento, nem ingratidão, nem egoismo. É simplesmente a minha forma de estar na vida e que por vezes até me deixa ficar triste comigo próprio. Se sentirem que me querem ver, que querem estar comigo, não se acanhem, liguem, apareçam, contactem, e podem ter a certeza que deste lado sentiram a gratidão pelo reencontro e os mesmos braços abertos para vos receber.
Nunca se esqueçam contudo, que se eu não vos contacto não é mesmo por maldade, ou orgulho. É mesmo por burrice. Os meus amigos nunca me incomodam e tenho a certeza que eu nunca os incomodarei, mas tenho sempre o receio de ser inoportuno e como feliz ou infelizmente tenho uma vida plena de liberdade e sem compromisso é mais fácil serem voces a gerir os vossos tempos porque eu tenho sempre todo o tempo do Mundo para todos e cada um de vós.
Sempre ao vosso lado, o vosso amigo

Fernando



Até Sempre Campeão - Singela Homenagem a Aleksander Donner


26-08-2013 15:51

Até Sempre Campeão - Singela Homenagem a Aleksander Donner

Partiu Aleksander Donner, o "Senhor Andebol" em Portugal. O Treinador mais titulado em Portugal. O treinador que revolucionou o Andebol Português, o treinador como ainda hoje diz em entrevista o também grande Carlos Resende, introduziu em Portugal, "...A forma como os centrais se inserem no ataque; os passes picados ao pivô. ... A defesa 5x1, própria da escola Russa, também foi ele que trouxe. ... Todos os clubes passaram a treinar duas vezes por dia, para acompanhar o ABC. Iniciou-se um Ciclo Fantástico." Coisa pouca de certeza para o reconhecimento que por vezes lhe faltou.
Depois destas palavras de quem sabe tanto de andebol só me resta falar da minha experiência com Donner.

Conheci Donner enquanto elemento da Organização do Kakygaia e como tal seu adversário. Mantivemos uma relação bastante educada e cordial como tem de ser entre pessoas educadas. No jogo da primeira volta entre o C.J. Almeida Garrett e o C.D. Gil Eanes disputado a um domingo de tarde, quando o Gil chegou, Donner depois de me cumprimentar veio-me perguntar como se vinha de Metro da Boavista para o Pavilhão, disse-lhe que não era possível, teria de mudar de transporte e iria demorar bastante tempo. Perguntei porquê, e respondeu-me que o seu filho queria vir ter com ele e estava na Boavista. Disse-lhe que iria arranjar maneira de o ir buscar para o trazer, mas como estava sem carro teria de pedir a alguém. No seu jeito característico, disse que não valia a pena incomodar. Que o Sandro viria noutra vez. Nada mais disse. Quando vi chegar o pai da sua Atleta, Ana Meira, pedi-lhe eu o favor e lá partimos os dois em busca do Sandro de quem entretanto, Donner me tinha dado o numero de telemóvel. Conseguimos trazê-lo. O Prazer e o Agradecimento daquele Pai, ficou bastante expresso no seu olhar, e na forma como de mim se despediu. Passado algum tempo, fomos jogar a segunda volta ao Gil. Mal me viu, Donner veio cumprimentar-me, bem como ao Treinador e ao Presidente e gentilmente convidou-nos para vir tomar café ao Bar do Gil. Lá chegados pediu 3 cafés para os "Seus Amigos". O Funcionário simpaticamente atendeu-nos e Donner como excelente profissional pediu desculpas e dirigiu-se para a sua Equipa. Mal ele saíu e funcionário virou-se para nós e disse: " Ele deve gostar muito de vocês, porque dificilmente chama amigo a alguém".
Senti uma honra Enorme.
Desde essa altura sempre que me viu teve sempre a simpatia de me vir cumprimentar e de comigo conviver. Se admirava o treinador passei a admirar o Homem.

Esta simples Homenagem de um anónimo no Andebol e seu adversário, serve apenas para realçar a atitude de um extraordinário ser humano, para com alguém que conhecia à pouco tempo, uma vez que tenho a certeza as homenagens dos seus Atletas, do Mundo do Andebol em geral terão tendência para enaltecer o lado técnico deste Campeão.

Até Sempre AMIGO Donner, descanse em Paz, que aqui nesta dimensão muitos seremos os que lhe vamos sentir a Falta. Abraço
Partiu Aleksander Donner, o

Um Entardecer para Ti



15-01-2004 16:15

 Um Entardecer para Ti

Sabes amor, a Primavera da nossa relação está a chegar ao fim! O dia daquele amanhecer rompeu! Mas não sei porque razão o sol que ele trouxe parece-me um sol primaveril mas com uma dificuldade enorme de ultrapassar as nuvens. Por vezes, parece-me que és tu que fazes essas nuvens, por vezes parece-me que és tu que dás força ao sol para romper e eu não consigo enfrentar esse sol de frente.
Eu sei que o calor também pode trazer transtorno e exige muito tempo. No calor são muitas as vezes que temos de tomar banho para manter o corpo saudável e isso exige parar e perder tempo, mas é necessário para se estar limpo e bonito. Na relação a dois também quando chega o verão temos o perigo de ter de perder tempo a tomar os nossos banhos relacionais, de nos embelezarmos para que uma relação se mantenha saudável, mas eu sei que não estou a reagir bem a esta espera.  Não percebo, mas sabes princesa, ao fim de tanta e tanta gente que me tem magoado, pus toda a minha esperança de ter alguém que me entenda, que dê aquele carinho que é brisa dos dias sufocantes de verão, que me dê amor que é o fim de tarde numa esplanada à beira-mar, em ti, só em ti. Esqueci amor, que estás numa fase da tua vida que é uma primavera constante. Que descobres todos os dias uma razão nova e diferente para viver.
Esqueci que nada tenho para te oferecer que não seja uma nortada de areia que cai na nossa toalha quando desfrutamos plenamente dos prazeres da praia. Desculpa!
Não se pode pedir tanto a uma sereia como tu. Os bebes necessitam de tempo para aprender a andar, e antes gatinham. Mas eu quero que tu não passes essas etapas do crescimento e peço-te para correr a velocidade de cruzeiro comigo, além disso esqueço que escolho um terreno lindo mas muito difícil, escolho a praia. Não é possível bater o recorde dos 100 metros num terreno tão difícil.
Mas não te peço nada disto por mal! Peço porque te coloquei no santuário da minha paixão e não deixo que ninguém te toque. Eu sei que te quero demais, que por vezes te exijo de mais, mas que queres nunca se pede pouco ao santo da nossa devoção. Toda a minha esperança em ter alguém que nunca possa falhar depositei em ti. Apaguei os teus defeitos humanos e dei-te virtudes divinas. Comecei a amar-te em silêncio e passei a amar-te tanto que hoje necessito de ti para respirar. É ao pensar em ti, que sinto forças para enfrentar o Inverno que se avizinha. É contigo que quero estar no Outono junto ao mar.
Depois, como o meu coração parece pedra de tanto me baterem, exijo de ti o que não exijo de ninguém.
Quero de ti divindade e não humanidade, mesmo sabendo que és humana. Quero de ti perfeição e além de eu não ser perfeito, não peço perfeição a mais ninguém. Exagero de expectativas pensarás! Eu sei!!!
Mas, meu sol, a minha vida era pouca para te demonstrar e dar tudo o que te queria dar. Quando fecho os meus olhos e sonho, é contigo que o faço. Vejo-te junto a mim com as meninas com o nosso menino, juntos e felizes. Tenho uma necessidade louca de te cobrir de flores, de beijos, de mimos de tudo aquilo que sabemos faz qualquer mulher feliz. Levar-te a ver o mundo a passear por todas as sete maravilhas do mundo. Vejo-te na 5Th avenue a comprar carteiras e roupa e eu feliz a teu lado.
Mas amor, o nosso dia está a entardecer e com ele vem a noite!
Compete-nos por vontade divina escolher a noite que queremos. Se uma noite de Frio Inverno em que teremos sempre o prazer de estar abraçados debaixo de um cobertor a trocar carícias de amor  junto ao lume palpitante da lareira. Ou uma noite quente de verão onde dançamos loucamente ritmos de amor e sempre que tocamos os nossos corpos, temos a sensação de tocar um corpo e não uma camisola de lã.
Uma noite quente e alegre, e feliz, e doce, e apaixonada.
A minha escolha será sempre a tua escolha, vejo vantagens e loucura nas duas, embora goste mais do verão!
Só não quero é que a noite que se aproxima seja uma noite gélida, nublada, com chuva torrencial e granizo. Uma noite daquelas que ninguém gosta porque nada nos consegue aquecer.

Olha amor, o Sol já passou o seu meio-dia, começa a inclinar para se deitar e deixar que a lua brilhe por ele. Dentro em breve irá entardecer! A noite vem logo ali!
Escolhe amor, escolhe o nosso futuro nocturno. Marca mesa para o Jantar; escolhe a ementa; escolhe como vamos passar a noite; marca lugar na discoteca que vai estar cheia; marca hotel se for longe ou se te apetecer ser diferente; escolhe um ou dois quartos em função do tipo de noite que escolheste; marca voo no avião, se o céu for pequeno e for o espaço que pretendes marca lugar no Vai-Vem;
Mas por favor escolhe! Não queiras que eu escolha por ti, porque o meu maior desejo é que sejas tu a escolher!
Não deixes que este entardecer chegue a noite sem escolheres que tipo vai ser ela!
Não deixes que surja um novo dia sem teres feito tudo para seres feliz no entardecer e na noite que o antecede.
Escolhe amor, eu irei feliz contigo porque escolheste, e farei os impossíveis para te dar a maior felicidade que alguém alguma vez sentiu, seja qual for a tua escolha! 

O Teu fazedor de sonhos

Um Amanhecer para ti


15-06-2003 16:13

Um Amanhecer para ti

São 6 horas desta manhã, ainda escura. O negro da noite, que só foi clareado pela luz da tua companhia, começa a dar lugar ao cinzento de um dia que teima em nascer.
Aqui sentado no carro assisto a esse maravilhoso acontecimento e penso em ti!
Não sei o que se passa, mas sei que quero estar contigo.
Não sei que confusão vai no meu sentir, mas tenho a certeza que quero estar contigo.
A verdade, é que tudo o que sei é: “Quero e Preciso estar junto a Ti!”
Não sei se és o sol que ilumina o meu dia, mas sei que quando estou contigo o mundo é muito mais colorido.
Talvez sejas este cinzento que antecipa o nascer do dia, mas tenho a certeza que quando estou ao teu lado, o meu novo dia vai ser um dia de sol de verão radiante e resplandecente.
Talvez sejas aquele primeiro raio de luz, ténue e frágil, que nos faz acreditar que é possível haver um novo dia.
A imensidão do mar, faz-me lembrar os problemas que tenho para resolver, mas sinto que com a força e o bem que me tens trazido, existe mais mar para alem daquela linha.
Junto a mim, os namorados juram promessas de amor e eu que continuo aqui sentado junto ao mar, lembro-me de ti, dos teus olhos, do teu olhar fugidio, da tua boca tão linda, desse teu sorriso encantador, desse teu gesto tão singelo de enrolar o cabelo sempre que te elogio, e pergunto ao mar, o que é isto que sinto por ti?
Do mar não obtenho resposta, talvez porque não a queira escutar, mas também não é importante, o importante é que junto de ti estou bem!
O importante é a paz que me transmites!
O importante é a força que me ofereces, sim força, onde a vais buscar não sei, mas que me ofereces não tenho dúvidas!
O importante é dar-te a mão e acariciá-la. O importante é olhar para ti a sorrir, ainda que por vezes o teu dia escureça e eu saiba as razões do teu céu ficar tão nebuloso.
O dia Amanheceu já, e hoje nasceu um dia um pouco cinzento, de tempo ameno de Primavera, talvez tão cinzento e ameno como aquilo que se está a passar connosco, mas estou certo que o Sol vai romper e brilhar, que o Sol vai ganhar a Batalha de hoje por um lindo dia, brilhante, colorido, quente. Talvez a nossa relação siga as pegadas do sol e na sua primaveril existência tenha força para afastar as nuvens que sobre ela imperam e se torne tal qual o dia que vai ficar hoje, Lindo, Brilhante, Colorido, Quente. Talvez a nossa Primavera tenha que ganhar todos os dias a Batalha da Sobrevivência para se realizar, mas estou certo que se ambos quisermos todos os dias ela vencerá qual sol de Verão… Até lá, vou ficar a aguardar o que cada dia me traz, não peço nada, simplesmente observo, com um olhar tão meigo e carinhoso como o daquele menino que deseja um bem, mas sabe que não lhe pode tocar.  Eu espero, feliz com o dia que vai passando e com a certeza de que é difícil estar longe de ti, muito mais difícil do que estar junto de ti e não te poder tocar.
Sabes, minha manhã de Primavera, fazes-me muito bem, e a verdade é que estou Feliz !!!

Feliz como já não era há muito tempo. Não sei, para onde vamos com esta ligação, mas sei que quero continuar com ela. Quero continuar a ver-te, a falar contigo, a sair contigo, a ir à praia tomar café, à discoteca, ao fim do mundo se possível. Quero poder alegrar o teu dia, quero estar ao teu lado quando estás feliz e estar junto a ti para te tirar da tristeza, quero ser responsável pelo teu rir de felicidade e por ver os teus olhos brilhar, quero ser responsável pelo teu acreditar no ser humano. Por isso de mim terás
sempre a verdade ainda que possa ser dura. Crescer dói e quero que não tenhas mais dor do que já tiveste. Por isso, respeito-te e tudo entre nós acontecerá no tempo certo e segundo a tua vontade, já que neste momento existem entre nós barreiras que temos que ultrapassar e que só depois de ultrapassadas teremos a certeza de que vale a pena tornar o desejo em realidade. Tenho a certeza de que não quero e não posso magoar-te, e tenho uma certeza louca de que mereces e tenho de te fazer feliz, seja como teu amor seja como teu amigo, para mim é indiferente, desde que sejas feliz e acredites na vida e no amor.
Sabes, princesinha, a felicidade que me tens dado é tanta, que ver-te e ouvir-te já faz de mim um homem feliz. Trouxeste um novo amanhecer à minha vida, que se encontrava triste e sombria, por isso tenho para contigo uma divida que nunca serei capaz de pagar.
Por tudo isto por favor sê feliz, se Deus quiser comigo, mas se ele tiver escrito para nós outro destino, que seja como Ele quiser pois estou certo que quer o melhor para nós.


O teu apaixonado, estúpido.

Cortejo 2011


06-05-2011 16:04

Cortejo 2011

Ontem fui assistir ao Cortejo da Queima das Fitas 2011.
Ontem tive um desgosto enorme!
Vi a minha Faculdade,outrora um "ninho de musa e sapiência" hoje dividida e pior do que isso em Guerra e todos à porrada uns com os outros!
Não gostei, tive vergonha!  Não sei quem tem razão, não quero mesmo saber!
Só sei que sou de um tempo onde o Azul que nos unia era bem mais forte que tudo aquilo que nos podia desunir!
Só sei que sou de um tempo em que os caloiros eram todos unidos!
Só sei que sou de um tempo em que os Doutores e Veteranos da minha casa colocavam a imagem de Letras no Cortejo num patamar muito elevado!
Para que não fiquem dúvidas a ninguém, para que alguns possam reconhecer lá alguns óptimos academicos de Letras, Deixo-vos uma foto de um Cortejo muito antigo!
Olhem a nossa Alegria e as nossas vestes, nada nos desunia.
Tenham bom senso e Juizo!
Literae Facultatis Ad Eternum!


Ad Eternum Raimundus

15-12-2003 15:40

Ad Eternum Raimundus



Morreu Fernando Raimundo!
Morreu o maior teórico de Tradição Académica desta Academia do Porto, e quiçá deste País!
Mas, pior de tudo isto, morreu o meu amigo Raimundo!
   Sabes amigo, deixa-me tratar-te assim, ainda que esteja certo de que não mereço a honra de assim ser tratado! Um amigo não falha e eu contigo falhei! Tinha prometido a mim próprio que tudo faria para que nunca mais esta academia tivesse de fazer homenagens póstumas a gente que tanto fez por ela, tive tempo que chegasse desde que o “nosso Chico” partiu, e falhei! Não fui capaz de convencer quem ocupa os cargos actualmente de que estes novos académicos têm de vos ouvir ao vivo a dizer e a narrar as vossas experiências, a terem o privilégio que eu tive de convosco conviver. Sabes amigo, cheguei à conclusão, e por isso falhei, de que existem muitos a quem a postura de humildade, que tu e mais alguns têm, incomoda. O Contraste é gritante e os caloiros são novos mas pensam!
    Sabes amigo, não sei se serei capaz de voltar aos nossos jantares, não sei se a dor de não estares lá é superável! Já nos custou tanto a falta do “Chico”! E quando alguém me pedir para ouvir falar de academismo, ainda que os outros vão, vais faltar sempre tu! Nunca conheci ninguém como tu! Nunca conheci ninguém que soubesse tanto e tão profundamente de vida académica como tu! Não, amigo, não estou a exagerar, como na tua simples humildade deves estar a pensar!
    Sabes, a tua humildade sempre me marcou! Para quem como eu, tem vivido nos últimos anos esta academia, tem sido de uma tristeza ouvir alguns “pseudo académicos” gabarem-se de coisas que nunca fizeram e a ti, que tantas coisas fizeste, nunca te ouvi gabar. Quando se pensou em fazer um congresso, foi um prazer ouvir-te em 15 minutos a traçar as linhas programáticas e temáticas do mesmo. Fica aqui escrito, porque em primeiro lugar nunca te agradeci e depois porque faço questão que pelo menos disto, ninguém se possa abusivamente gabar. Quando procuramos uma fotografia do Soromenho para o Congresso, lá estavas tu, trajado com a tua inconfundível bengala, que no teu tempo era pertença de um veterano e agora é símbolo de algo que não entendias como havia tantos. E já agora queria dizer-te que para mim o teu maior feito académico, foi teres criado uma saudação académica para engenharia e ela hoje ser usada por quase toda uma academia!
 “Avé Raimundus, Praxisturi te Salutam”!
    Sabes que partiste sem nunca te ouvir dizer “Fui eu que inventei”! É a diferença! É aquilo que Deus quis levar mais depressa do que devia!
    Sabes amigo, a memória das pessoas é curta! Agora daqui a algum tempo vais ser homenageado por um Magnum qualquer que exista há altura, mas agora que partiste, só o teu Conselho de Veteranos decretou luto académico, esqueceram-se os outros da perda que tu és, e de que há muito tinhas deixado de ser só de Engenharia. Não sou de engenharia como todos sabem, mas eu também estou de luto académico e penso que toda esta academia deveria estar. Estou de luto, porque comungo da dor e da saudade que a Marta, o Juliano e o Afonso sentem, bem como tantos amigos, Mas também estou de luto, porque um dos maiores académicos que conheci, acabou de partir.
    Que o Magnum Consillium Veteranorum, assim se dizia no tempo do Raimundo, se lembre daquilo que até hoje se esqueceu, “O Veterano Raimundo é desta Academia”, e como tal as honras que merece são de toda a Academia, e não apenas de Engenharia.
    E vós, caloiros desta academia sempre que fizerem a saudação académica, lembrem-se que foi um grande académico chamado Fernando Raimundo que o inventou.
    A ti, meu amigo, quero que saibas que agora não sinto vontade de continuar a pugnar para que os nossos amigos que ainda estão cá comigo sejam homenageados, é que uma academia que te deixa partir e não te homenageia devidamente, não pode ser a minha academia.
    Talvez seja a hora das trevas! A hora de haver alguns que pensam ser importantes, sem terem importância nenhuma! Talvez o luto desta academia não se possa ficar a dever à tua partida, mas sim às verdades e conhecimento despretensioso que contigo levaste!
    Talvez um dia, quando a tua capa académica voltar a voar por esta academia, o tempo da Luz volte!
    Assim quero pelo menos continuar a acreditar!

                    Ad Eternum Raimundo, Ad Eternum Amigo!
                    Paz à tua Alma, descansa em Paz

Fernando Borges
(Faculdade de Letras Universidade Porto)