sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Impressões de um Espectador na Latada do Porto.


29-10-2012 19:43

Impressões de um Espectador na Latada do Porto.


Caros Amigos,

Ontem voltei a sentir-me caloiro. Fui com a minha filha à Latada, e cheguei lá cedíssimo a horas impróprias para consumo, mesmo a horas que não me lembro de lá ter chegado nunca.
Assisti ao longe ao preparar de tudo.
Às concentrações de cada Faculdade. À Organização de cada instituição. À Organização da própria Latada. Ao arrancar da mesma. Ao "Juramento do Caloiro". "Ao Baptismo".
Sempre do lado de fora, sempre na prespectiva de pai e Académico "reformado".
Foi Lindo, foi mesmo maravilhosa a sensação.
Aprendi imenso.
Consegui ver que existe uma enorme mole de "gente anonima" completamente apaixonada por Tradições Académicas. Vi a minha querida Faculdade com uma mobilização e organização que me deixou Orgulhoso!
Coisas do Destino, a Organização da Latada estava entregue à minha Faculdade de Letras e à Faculdade da minha filha, FPCEUP! O Destino tem mesmo coisas engraçadas! Estiveram muito bem ambas.
Mantive-me sempre do lado do publico, não escondo que como pai babado por ver a sua filha a dar os seus primeiros passos na "vida Académica".
Adorei, não posso negar, encontrar imensos académicos do meu tempo, que por lá continuam activos ou que andavam a matar saudades.
Fui reconhecido por muitos participantes, irreconhecido por quase todos. Ainda bem!
Se todos me reconhecessem era sinal que ainda lá andava e estaria errado, este já não é o "meu tempo"!
Foi muito interessante, falar com novos académicos. Confesso que tive Orgulho em falar com eles, que me senti lisongeado pelo respeito com que me questionavam e queriam obter respostas, pela forma sincera como tinham sede de conhecer. Pelo carinho com que tratavam um pai, que perceberam tinha já estado no lugar deles e agora respeitosamente deixava-se estar do lado do publico a dialogar com eles.
Confesso amigos que me surpreendi imenso.
Nos Leões o cordão era feito por estudantes da FLUP e da FPCEUP, fiquei acidentalmente e por experiencia adquirida num local estratégico onde conseguia ver tudo. Na minha frente ficaram 4 académicos da FPCEUP, e mais tarde descobri membros da Tuna. Adorei estar a falar com eles. Todos os "ilustres" que passavam paravam para me cumprimentar e como é normal estabelecemos diálogo os 5. Foi mesmo muito bem passado o momento. Conversamos imenso, ficaram a saber quem eu era, que a minha filha era caloira deles, e admiraram-se de eu não lhes querer dizer quem era. Diziam eles que não a iriam prejudicar e ficaram espantados quando eu lhes disse que o meu medo é que a previligiassem. Falamos muito mesmo, e acreditem que as perguntas deles me fizeream ter a certeza que sempre tive razão quando achava que esta nova geração tem uma enorme sede de saber. Têm uma sede louca de conviver com gente mais antiga, de conhecer as vivencias que eles tiveram, da História que é feita esta academia, e não das histórias que por ai vão aparecendo.
Durante este espaço de tempo, a minha filha foi fazendo a sua Latada sem me ver e sem saber de mim. Como eu tinha dito a alguns "velhos académicos" o que lá estava a fazer, um deles decidiu procurá-la e levá-la ao Dux Veteranorum, era das coisas que a Ana mais temia que acontecesse, porque seria a primeira vez que a relação de amigo que possuia com o Americo Martins, era transformada numa situação institucional. Para seu espanto e suponho de todos os académicos da FPCEUP, apareceu um "velho veterano" a procurar a filha de "um veterano de Letras" no meio dos caloiros deles. Identificou-se e para seu maior espanto e julgo eu algum pânico, levou-a junto do Dux Veteranorum.
Como eu esperava, não precisaram de a identificar ele conheceu-a logo, sinal que o meu amigo Americo Martins não se esquece dos amigos nem da sua familia. "E consegui ver nela os meus olhos", o que a deixou bastante emocionada.
Mas, caro amigo Américo, não foram os meus olhos que encontraste na Ana. O que viste naqueles lindos olhos foi a mesma paixão do pai dela por Tradições Académicas, e que tu tão bem reconhecias. Sabes amigo, também eu dou por mim imensas vezes a reconhecer aquele olhar, a reconhecer aquela "paixão" e fico imensamente feliz porque sinto que só o poder revê-los é uma enorme recompensa por toda a minha vida académica!
Não queria acabar estas impressões sem deixar aqui expressa minha gratidão aos "meus caloiros" de 2003 da FLUP, alguns que ainda encontrei nesta Latada, pelo facto de terem cumprido a promessa que me fizeram nesse longinquo ano. Aos académicos da FPCEUP, por estarem a receber tão bem os caloiros deste ano, e os estarem a apaixonar por Tradições Académicas. Aos novos amigos que conheci nesta Latada, deixando-lhes aqui expresso que tudo o que vos prometi ajudar está de pé caso o necessitem. Finalmente porque para o fim devemos deixar um ponto forte da escrita, ao meu amigo Americo, por ter tratado a minha filha como a menina que ele viu nascer e crescer e ter mantido as nossas divergências académicas longe dela, algo que como o conheço bem não me surpreendeu mas me apraz registar.
Nunca te esqueças amigo que ontem voltaste a ver nos olhos de uma caloirinha a paixão que estavas habituado a ver nos olhos deste teu amigo, faz tudo por favor para que aquela paixão não se apague.
A minha não é possivel apagar!
Gratus Ad Eternum
Fernandus Bandalhus Secundus
Academiae Portus Veteranorum

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